quinta-feira, 25 de julho de 2013

4 meses de Casa de Repouso

No final desse mês serão 4 meses desde que minha avó mudou-se para a Casa de Repouso.
 
Foram meses de muitos sentimentos difíceis para a minha mãe (e também para mim). Eu sempre soube que essa era a melhor escolha, mas é impossível não ficar triste quando lembro da minha avó anos atrás, com saúde. Minha mãe demorou um tempo maior para se acostumar. Na verdade ela ainda sofre pelo rumo que as coisas tomaram, mas conseguiu aceitar que essa foi a melhor solução!
 
Infelizmente no Brasil ainda existe um grande preconceito com Casas de Repouso para idosos e é provavelmente impossível passar por essa situação sem sentimentos de culpa e sem julgamentos alheios. Minha família vive numa cidade pequena e todos apoiaram nossa decisão (pelo menos na nossa frente!)... mas sabemos que, por trás, muitos devem criticar. Ninguém se atreveu a dizer nada para a minha mãe, pois todos sabiam o quanto ela se dedicou e sofreu para cuidar da minha avó... mas imagino que muito deve ter sido dito pelas costas. A questão maior disso tudo é que as pessoas não sabem como é cuidar sozinho de um doente de Alzheimer. Só quem está lá, vivendo a situação diariamente, é que sabe como é de verdade! Logo, na minha opinião, é quem está lá que tem o direito de decidir o momento em que chegou no limite. Todos temos nossos limites, todos, e é vital aceitarmos quando não aguentamos mais viver em determinada situação.
 
O saldo desses 4 meses foram muito positivos: minha avó está bem, apesar de ainda ter seus momentos de agressividade. Mas, no geral, está bem melhor do que em casa. Lá na Casa de Repouso ela fica mais calma e está sendo muito bem cuidada. Minha mãe a visita dia sim, dia não. Há dias em que minha avó está mais mal humorada, outros está mais tranquila, e assim segue a vida. Alguns dias ela pede para a minha mãe leva-la embora, em outros não diz nada. Na maior parte do tempo ela simplesmente diz coisas sem sentido, fala coisas que não aconteceram e pensa que minha mãe é sua irmã.
 
Na verdade, a parte financeira está sendo a mais difícil, já que meus pais precisam bancar sozinhos a mensalidade da Casa de Repouso, mas isso ainda é o menor dos problemas perto do que eles estavam passando quando minha avó estava em casa. Meus pais estão bem melhores agora, com a aparência melhor e mais descansados. Minha mãe conseguiu voltar a ver as alegrias da vida e até viajou para passar alguns dias aqui na minha casa. 
 
E assim a vida segue.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Doença de Alzheimer revertida pela primeira vez

Investigadores canadianos usaram técnica de estimulação cerebral profunda
 
A doença de Alzheimer foi revertida pela primeira vez no Canadá e com sucesso. Uma equipe de investigadores canadenses, da Universidade de Toronto, liderada por Andres Lozano, usou uma técnica de estimulação cerebral profunda, diretamente no cérebro de seis pacientes, conseguindo travar a doença. O estudo vem publicado na «Annals of Neurology».
Em dois destes pacientes, a deterioração da área do cérebro associada à memória não só parou de encolher como voltou a crescer. Nos outros quatro, o processo de deterioração parou por completo.
Nos portadores de Alzheimer, a região do hipocampo é uma das primeiras a encolher. O centro de memória funciona nessa área cerebral, convertendo as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo. Sendo assim, a degradação do hipocampo revela alguns dos primeiros sintomas da doença, como a perda de memória e a desorientação.
Imagens cerebrais revelam que o lobo temporal, onde está o hipocampo e o cingulado posterior, usam menos glicose do que o normal, sugerindo que estão desligadas e ambas têm um papel importante na memória.
Para tentar reverter esse quadro degenerativo, Lozano e sua equipa recorreram à estimulação cerebral – enviar impulsos elétricos para o cérebro através de eléctrodos implantados.
O grupo instalou os dispositivos perto do fórnix – um aglomerado de neurónios que enviam sinais para o hipocampo – dos pacientes diagnosticados com Alzheimer há pelo menos um ano. Os investigadores aplicaram pequenos impulsos eléctricos 130 vezes por segundo.
Testes realizados um ano depois mostram que a redução da glicose foi revertida nas seis pessoas. Esta descoberta pode levar a novos caminhos para tratamentos de Alzheimer, uma vez que é a primeira vez que foi revertida.
Os cientistas admitem, no entanto, que a técnica ainda não é conclusiva e que necessita de mais investigação. A equipa vai agora iniciar um novo teste que envolvem 50 pessoas.