segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

De volta para BH

Como citei no post anterior, retornei ontem para Belo Horizonte, onde moro e trabalho.
 
A situação com a minha avó está insustentável e ainda não sabemos como lidar com isso. Minha mãe volta a trabalhar amanhã (ela é professora) e combinou com a M. que essa ficará com a minha avó nesses momentos. Minha mãe também decidiu pagar alguém para dormir com a minha avó ao menos algumas noites na semana, e a M. alegou que, se não for todas as noites, que ela mesma aceita dormir! Isso é ótimo pois a M. é uma pessoa de confiança e amiga da família há muitos anos.
 
Mas, ainda assim, isso tudo não é suficiente.
 
Hoje às 17h minha avó tem retorno com a neurologista e na Quarta minha mãe entrará em contato novamente com o psiquiatra para relatar os acontecimentos dos últimos dias e saber se deve manter a dose de 200mg do Fumarato de Quetiapina.
 
Eu, sinceramente, acho que esse medicamento não está fazendo grande diferença e, por uma terrível coincidência, minha avó começou a ficar agressiva e "sonâmbula" durante a noite após o aumento da dosagem, o que pode ser uma coincidência ou não.
 
Na minha opinião, é questão de tempo para que minha mãe não suporte mais essa situação.
 
Já tive várias conversas sérias com meus pais e mostrei que, se for necessário, podemos fazer um esforço e arcar com a mensalidade da casa de repouso! Mas minha mãe ainda reluta quanto a esse assunto. Se alugarmos a casa da minha avó, poderemos usar o dinheiro para ajudar a pagar a casa de repouso, por exemplo. Também pretendo ajudar com uma quantia mensal e começarei a procurar outro emprego com um salário maior (sou enfermeira) para que, dessa forma, possa ajudá-los a bancar a casa de repouso.
 
Temo que minha mãe e meu pai acabem passando mal, surtando ou tendo qualquer outro problema grave de saúde caso continuem lidando sozinhos com a minha avó. Sei que eles não têm condições emocionais de suportar tudo isso.
 
Muitas pessoas podem pensar "Ah, mas se vocês conseguem arrumar 2.500 reais para pagar a casa de repouso, podem muito bem pagar alguém para cuidar dela em sua própria casa."
Mas, infelizmente, não é bem assim!
Pagar cuidadores por 24h ocasionará um custo ainda maior! Cuidadores de idosos na cidade dos meus pais custam caro e dificilmente encontraríamos alguém que aceitaria ficar com a minha avó (que é agressiva e dá muito trabalho). A única forma da minha mãe poder finalmente descansar e voltar a ter uma vida é, infelizmente, colocar minha avó na casa de repouso! Claro que gostaríamos de poder arcar com cuidadores 24h por dia na casa da minha avó, sabemos que isso seria o ideal, mas o ideal está longe de ser o possível.
 
Veremos como serão os próximos dias.
Continuarei atualizando o blog com os relatos da minha mãe via telefone.

3 comentários:

Monique disse...

Olá! Conheci seu blog hoje e gostei muito. Vivo o início desse drama, meu caso é bem parecido com o seu, só que a filha única faleceu e meu marido neto único é quem tem que cuidar. Estamos com cuidados de 2 a 6 o dia todo, pois trabalhamos e nos fins de semana passamos na casa dela 3x para dar as medicações enquando não encontramos cuidador pro fds. É muito difícil mesmo encontrar, mesmo no RJ, e ela por ainda estar bem lúcida não aceita e nem vê o porque de uma pessoa estranha morar na casa dela aos fds. É complicado mas vamos seguindo com fé. Parabéns pelo belíssimo trabalho.

Maíra disse...

Olá Monique, obrigada pelo seu depoimento! Minha avó também sempre foi relutante com cuidadores, mesmo quando era totalmente lúcida! Ela até brigava com a minha mãe quando essa lhe dava seus medicamentos, alegando que "não era criança e sabia muito bem quais medicamentos deveria tomar!" Não é fácil mesmo, não!

Beijão e boa sorte com a avó do seu marido!

Anônimo disse...

Minha história está exatamente no meio da sua. Estamos definindo por uma clinica day care por enquanto. obrigado pelos seus posts e muita força para nós todos.

Paulo cesar

ppossar@ig.com.br